sexta-feira, 31 de agosto de 2012

                                          Sete

Preparativos


           


Hogwarts fez Avalon amadurecer muito nos últimos anos em que esteve lá. Ele crescera muito desde o dia em que sentara no banquinho com três pernas, diante de toda a escola, e fora selecionado para a Corvinal. Sua mãe havia sido uma Corvina e seu pai foi o Capitão do time de Quadribol da Grifinória. O rapaz cresceu bastante, os cabelos loiros nunca ficaram penteados, os olhos, de um tom cinza que precede tempestades, sempre demonstraram uma maturidade que ainda não chegara ao resto do corpo.
            A casa em Blackpool estava no mesmo silêncio dos últimos anos, exceto pelo ruído de coisas sendo arrastadas no segundo andar. Avalon recebera uma carta de Keedle que também se formara naquele ano, fariam uma viagem para a Califórnia, onde se encontrariam com Leon, que havia se formado um ano antes, e fariam um ano de viagem entre amigos, conheceriam bruxos, e bruxas, de outras culturas, aprenderiam novos feitiços e voltariam para a Inglaterra onde cada um seguiria seu caminho na vida adulta.
            Avalon sentia-se diminuído pelos amigos, todos já sabiam o que fariam no fim de um ano. E ele, que obtivera as maiores notas, não tinha a menor idéia do que fazer. Leon seguiria como auror, algo comum para um rapaz da Grifinória. Keedle era de uma família em que quase todos os homens havia jogado Quadribol, ele, portanto, seguiria essa linha de profissão.
            Decidira sair bem agasalhado, usando as vestes oficiais do Vespas de Wimbourne. Compactou tudo com alguns feitiços e guardou a mala no bolso interno das vestes. Ele cantava uma música dos Duendeiros que tocava na rádio bruxa quando dispensou Hook, a coruja que o acompanhara durante a escola, ela não poderia ir com ele em suas viagens, então Avalon decidira empresta-la a Hogwarts.
            Malas guardadas, varinha no bolso. Assim o rapaz entrou na lareira, seu pai não estava em casa, como sempre. Em um giro nauseante uma língua verde de fogo morno o envolveu e ele se viu atravessando lareiras em direção à casa dos Keedle de onde partiriam mais tarde.
            - Tritão! – Leonard Keedle disse anunciando a chegada do amigo – Achei que não viesse mais.
            - Nard, eu estou no mínimo – Disse verificando o relógio de ouro que ganhara ao completar dezessete anos. – Meia hora adiantado. Não exagere. – E saindo da lareira deu um abraço no amigo que não via desde que voltaram de Hogwarts.
            A família Keedle vivia muito bem em Birmingham, onde não tinham vizinhos bruxos. A sra. Keedle era uma trouxa de cabelos castanhos que começaam a ficar grisalhos, vestia-se tão bem quanto um trouxa seria capaz e eles viviam na casa que fora da família dela.. O sr. Keedle era um bruxo do Ministério, usava sempre um terno de risca de giz e os cabelos começando a rarear na cabeça.
            - Então o Tritão vai mesmo tirar meu filho de mim? – Disse o sr. Keedle quando veio se juntar aos rapazes perto da lareira. O Homem cumprimentou Avalon cordialmente e foi pousar a mão cheia de anéis no ombro de Leonard.
            - Ele estará em boas mãos. – Avalon respondeu seriamente. – Leon é um homem responsável. – Completou e começou a rir. Era daqueles amigos que viram amigo da família inteira.
            - Leon? Aquele garoto não deve conseguir cuidar de um tronquilho. Não sei como vai virar auror. O treino demora demais, ele não teria tanta paciência. – Disse rindo, conhecia bem os amigos de seu filho, era como um tio muito legal que a gente não vê muito. – E você, decidiu-se? Seria bom ver você e meu garoto fazendo dupla em algum time de quadribol. Chudley, talvez?
            - Pai. – Interrompeu Leonard. – Eu não jogaria no Chudley nem se me pagassem mil galeões por dia.
E assim passaram um bom tempo em uma animada conversa sobre possíveis profissões para Avalon. Finalmente chegou a hora de partirem. Avalon iria com uma das vassouras dos Keedle, em troca de ajudar Leonard com os feitiços para a viagem. O ex lufano não era tão talentoso com feitiços.
Uma viagem tranqüila para a América os aguardava. Duraria pouco tempo. As vasouras eram velozes demais para preocupações com o tempo.

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