sábado, 25 de agosto de 2012

                                          Quatro


O Chefe do Departamento de Cooperação Internacional em Magia


            Dois anos depois, Avalon se preparava para ir à escola, seu pai estava na cozinha quando ele levantou de manhã, após uma noite inteira em claro imaginando quando a sua coruja finalmente chegaria.  Carta ainda não havia chegado e Avalon havia passado várias tardes olhando pelas janelas esperando sua coruja chegar. Começou a temer que a chuva de corujas do Brasil o impedisse de receber sua carta, imaginava que sua coruja fosse endereçada para o Brasil ao invés da Bretanha.
Hogwarts havia sido seu consolo desde que chegara a Blackpool. Seu pai, Jhon, não era muito presente e a casa vivia sendo vigiada de perto por agentes especiais contratados pelo Chefe do Departamento de Cooperação Internacional em Magia, que era, nas horas vagas, o pai de Avalon.
            O envelope pardo, de pergaminho, com o selo vermelho da escola estava sobre a mesa, ao lado de um bolo de frutas, esperando pelo garoto.
             – Eu não disse que a carta não demoraria? – Perguntou o homem por trás do jornal – Você é muito ansioso, meu filho. Era óbvio que sua carta chegaria. Você tem uma vaga desde antes de nascer.
            Avalon correu para a carta, com as mãos tremulas, quebrou o selo e abriu-a. Havia o comunicado de sua vaga e a lista de materiais. Era incrível a sensação que o menino sentia. Finalmente iria para a escola. Ele leu a carta três vezes, sem se sentar.
            – Ande com o seu café e vá se vestir. Iremos hoje mesmo comprar seu material.
            – Certo. – Respondeu o garoto empurrando alguns pedaços de bolo para dentro da boca. Subiu as escadas, dois degraus por vez e, rapidamente, se trocou.
            Além de ir ao Beco Diagonal, Avalon estava mais feliz pela companhia do pai, que se tornara cada dia mais rara desde sua chegada. E o Beco já não era novidade para o menino. Às vezes conseguia convencer um dos elfos domésticos a levá-lo até lá por Aparatação sem que os guardas notassem.
            Foi um passeio tranqüilo. Compraram tudo de que o garoto precisaria segundo a lista. Avalon ganhou, também, uma coruja. A plumagem era de um tom de palha bem claro, os olhos eram cinza, como os de Avalon e os de seu pai. No fim da tarde tomaram um sorvete na Florean & Fortescue enquanto conversavam sobre quadribol. O homem parecia interessado no que o filho dizia, e fazia alguns comentários sobre a história do jogo. Contou, inclusive, como surgira o zumbido que os torcedores do Wimbourne Wasps faziam e que Avalon repetia insistentemente.
            Em algumas semanas Avalon estaria em Hogwarts, mas por hoje, o dia com seu pai fora suficiente para lhe fazer sentir saudades, precocemente, de seu lar.

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