Alices e Francos pelo ar
Mesmo no estado de ditadura bruxa em que se encontrava o Brasil,
as notícias ainda são difíceis de manter em segredo. Um ou outro
bruxo chegava com as boas novas, mas as famílias ainda se negavam a acreditar,
já que a onda de medo no país, segundo eles acreditavam, era causada por
Voldemort. Crianças continuavam desaparecendo, e o jornal local era obviamente
manipulado. A imprensa mesmo tendo liberdade, conseguia tirar lucros divulgando
falsas informações.
A Sra. Hastur estava ouvindo o rádio pela manhã, quando a mesma
começou a receber uma espécie de interferência elétrica, que obviamente não era
nada relacionado à eletricidade.
"– Entra no ar, pela primeira vez os dois primeiros pares de Alices e
Francos"
Foi o que disse uma voz masculina meio grave, quando o rádio
sintonizou a rádio e emitia um som mais puro que o anterior.
"– Exatamente, meus queridos" começou uma voz feminina, que não
era de radialista, a voz parecia de alguém que estava realmente nervoso."
– Não podemos nos
identificar para segurança de nossas famílias, e por isso usaremos os nomes
Franco e Alice. – " Começou a explicar.
"– Porque Alices e Francos?" interrompeu uma segunda voz
masculina, era mais enérgica e jovial que a primeira. "– Porque todos precisamos
de um pouco de loucura nesse momento em que se encontra esse país.Não queremos
de forma alguma ofender os queridos Longbottom, que foram amigos de alguns de
nós."
"– Não, de forma alguma, Franco" Interveio a mulher que não se
manifestara até então. "– A intenção é a melhor."
A Sra Hastur interessou-se pelo assunto da rádio pirata. Eles
contaram, a custo da tortura a qual foram submetidos, as boas novas de que o
Lorde Das Trevas havia sido derrotado a quase um ano, e que era hora de acordar
e voltar a viver. Disseram que chegava de ser oprimido. Batidinhas com a
varinha nos rádios eram cada vez mais frequentes, já que eles não tinham uma
hora fixa para aparecer.
Algumas pessoas optaram por não acreditar, por terem parentes que
eram reféns, por terem filhos na Juventude, e por não ligar os fatos a Linux.
Os dias se passaram e muitos Francos e Alices continuavam a surgir pelo ar, os
primeiros aparentemente foram capturados, ou saíram de circulação após uma
perseguição. Não se falava muito neles agora.
Mas o medo que os bruxos sentiam não era em vão, as pessoas
continuavam sumindo, e não eram só os mestiços, ou os nascidos trouxas. Sumiu
muita gente querida de sangue puro ou não.
As preocupações na casa eram com a idade de Avalon, já estava para
completar 10 anos, a Juventude tentaria achá-lo. Os vizinhos mais próximos
tinham um filho de Onze anos, que foi levado, para ser educado pela Juventude. Costumava
visitar a casa com frequência, antes da captura, sendo assim, depois de pegar o
Fiel do Segredo, o garoto revelaria sob tortura ou não o segredo do endereço.
Foi durante as chuvas de primavera que uma lata de óleo,
enferrujada, brilhou intensamente em uma rua de pedras, deserta. Antes que o
brilho pudesse sumir o 'crack' de
um vulto desaparecendo foi coberto por um trovão. O rapaz era um jovem auror
que conhecia o segredo da casa dos Hastur, sua capa esvoaçava com o vento
enquanto ele caminhava rapidamente para o interior dos portões.
– Buena noite señora – O homem de cabelos pretos, com um corte militar,
cumprimentou em um sotaque espanhol muito forte a mulher que abrira a porta sem
demoras – nos otros partiremos assim que estiberem
prontos. – disse
dando um largo sorriso tentando disfarçar seu péssimo português.
– Certo – Ela pareceu nervosa –
Prepare a Chave de Portal, Avalon já está
pronto.
Nesse momento o soldado notou que a mulher ainda trajava um bonito
Robe Verde Esmeralda, em lugar de uma capa de viagem, certamente não pretendia
ir a lugar algum.
– A chave partirá em 30 minutos – Disse em inglês dando as costas indo para
os fundos da casa para procurar algo para usar como chave.
Não houve muita cerimônia durante a despedida, o menino acompanhou
o homem do Ministério, já sabia como funcionava a chave de portal. Segurou o
jarro de barro, sem alças, que o bruxo o indicara. Não demorou muito até que
Avalon estivesse em Blackpool na Inglaterra.
Sua mãe havia ficado para trás, dissera que estaria com ele em breve. Ele ficaria na
casa até que seu pai chegasse tendo a companhia de dois elfos domésticos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário